O governo Dilma liga a motosserra
Uma das discussões de maior repercussão nos últimos tempos testou e reprovou a presidente Dilma. Ela poderia sancionar, vetar integralmente ou parcialmente o novo Código Florestal e preferiu a última opção. E justamente quando as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) pela queima de combustível fóssil aumentaram 3,2% no ano passado, atingindo um recorde de 31,6 gigatoneladas.
Esse projeto, que representa uma motosserra no que resta das nossas florestas, foi aprovado no Congresso no final de abril na tentativa de perdoar os desmatadores e permitir o uso de área de vegetação nativa, que, hoje, são protegidas como APP (Área de Proteção Permanente).
Na última sexta-feira, 25, Dilma Rousseff vetou 12 artigos e fez 35 alterações no texto do novo Código Florestal que promovem o desmatamento. E isso porque a opinião pública, o movimento ambiental e parte da classe artística se mobilizaram contra o projeto. Dois milhões de assinaturas foram coletadas para derrubar o novo Código Florestal.
Agora, infelizmente, o projeto volta para o Congresso, que é formado por lobistas de vários setores, principalmente dos ruralistas e latifundiários. Os representantes do agronegócio querem que a lei amplie a área de produção e não obrigue os proprietários a pagarem pelo reflorestamento ou multas.
Ao não vetar integralmente o projeto, Dilma libertou os congressistas para derrubarem os seus vetos parciais e aprovarem o que os desmatadores querem. Essa foi a saída do governo para se isentar da culpa: devolver o projeto para os lobistas da Câmara. Isso deixa claro o papel e com quem o governo Dilma está, de fato, comprometido: com o capital agrário, bancário entre outros.