quarta-feira, 23 de março de 2016

pls555_charge_moedor_materiaGovernistas e oposição de direita brigam pelo poder, mas acordam avanço da terceirização nas estatais

Governo e oposição de direita estão avançando com a privatização no Brasil. Essas frações da direita brigam pela poder, mas praticam juntas as medidas neoliberais que exploram cada vez mais a classe trabalhadora em nome do avanço do lucro. Depois do acordo para frear a Petrobras no pré-sal, agora foi a aprovação do PLS (Projeto de Lei Suplementar) 555 no Senado na última semana. O PLS 555 é mais uma forma de conseguir entregar o que não foi diretamente privatizado. O projeto seguiu para votação na Câmara dos Deputados.

O projeto de relatoria de Tasso Jereissati (PSDB-CE) estabelecia privatização geral das estatais com a abertura do capital, como já ocorreu com a Petrobras, de todas as empresas públicas municipais, estaduais e federais. A versão acordada entre governo e oposição de direita amenizou o imediatismo do entreguismo, mas enfatizou a linha neoliberal adotada em doses homeopáticas pelo governo Dilma e base aliada, que até comemoraram a aprovação do projeto com pequenas alterações.

Não passou, por exemplo, a criação de Sociedades Anônimas, o que permitiria privatizar as estatais que ainda restam de uma tacada só. Assim, os entreguistas apenas conseguiram avançar com a terceirização sobre as empresas de capital público, não tomá-las de uma única vez. Neste sentido, um dos pontos do PLS 555 fixa o prazo de dez anos para que as empresas de economia mista com capital na bolsa de valores tenham pelo menos 25% de suas ações em negociação no mercado. Ou seja, privatização a conta gotas.

Com a desculpa de perder os anéis para não perder os dedos, o governo impõe ao movimento sindical de luta, o que não se vendeu à burocracia e ao governismo, ter que lutar em várias frentes pela soberania nacional, contra a fragmentação das estatais, empresas de economia mista etc.

Neste sentido, o PLS proíbe a participação de pessoas com cargo político, mandato eletivo ou sindicalista de ocuparem vagas nos conselhos de administração das empresas estatais. Assim, governo e oposição impedem que o representante dos trabalhadores de uma categoria possa defender os interesses do trabalhador e do povo brasileiro no conselho de uma estatal. Golpe? Sim, mais um! E contra a classe trabalhadora! Este ponto da medida vai ao encontro da discriminação e criminalização do movimento sindical de luta no país! Isso é um retrocesso absurdo!

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