O judiciário que prende alguns corruptos (mas não todos) é o mesmo que penaliza a classe trabalhadora
O sistema judiciário que prende (e logo solta) um corrupto é o mesmo que massacra os direitos trabalhistas. O presidente do TST, ministro Ives Gandra Martins, já disse que no Brasil os trabalhadores teriam mais direitos do que as empresas. Está claro qual é o lado da justiça: o dos patrões!
É verdade que a prisão de bandidos de colarinho branco, como: Eduardo Cunha, Antony Garotinho e Sérgio Cabral é um avanço, mas existem milhares de outros. O sistema político como um todo permite a corrupção e vem atacando direitos da população. Por isso, o STF votou contra o afastamento do corrupto Renan Calheiros da presidência do Senado, pois havia um acordão entre judiciário e governo para a votação da PEC 241, o projeto de lei que destrói a educação e a saúde para desviar dinheiro para os bancos e especuladores financeiros. Eles preservaram o corrupto Renan em nome do pacto da elite, ou seja, aprovação de medidas para ferrar o povo trabalhador! Estão unidos nos ataques aos nossos direitos!
Pode ter avanços aqui e acolá, mas a função da justiça é manter o sistema. E para isso o poder judiciário também é alimentado com mamatas e regalias. O próprio juiz Sérgio Moro, que estava de sorrisos ao lado do campeão em citações da Lava Jato, o senador Aécio Neves (PSDB), protegido por Moro, ganha acima do teto constitucional por meio de manobras dos tribunais que turbinam os salários de juízes, promotores por meio de adicionais no contracheque. Sem contar que Moro coordena o vazamento de informações da Lava Jato para a justiça dos EUA que processa a Petrobrás. Um crime lesa-pátria.
A saída é pela politização dos trabalhadores, a superação do sistema político-partidário controlado por partidos dos ricos que governam para as elites. Não podemos nos iludir de que a justiça será feita por juízes ou o STF (Supremo Tribunal Federal).
Vestir toga não significa idoneidade
Membros corruptos do judiciário, por exemplo, se condenados, recebem aposentadoria compulsória e salário integral. É um tapa na cara dos trabalhadores.
A principal causa de afastamento de juízes no Brasil é a venda de sentenças. A informação é do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que também aponta outros fatores: uso do cargo para beneficiar loja maçônica, relações pessoais com traficantes e assédio sexual a servidoras de tribunais.
O mais revoltante é saber que 48 magistrados foram afastados pelo CNJ desde 2008 por estes crimes e foram aposentados. A premiação custa R$ 16,4 milhões em pensões vitalícias e valores brutos. Na briga de interesses entre Congresso e judiciário, é o povo trabalhador quem paga por tudo isso!