O governo Dilma vai leiloar no dia 21 de outubro a maior reserva de petróleo do mundo, o campo de Libra. Esta reserva é uma parte do pré-sal, o petróleo encontrado pela Petrobrás a sete mil metros de profundidade no litoral brasileiro, abaixo de uma camada espessa de sal. Toda a reserva de petróleo do Brasil antes do pré-sal era de 14,2 bilhões de barris, o que asseguraria 15 anos de autossuficiência.
O poço de Libra possui reservas de até 15 bilhões de barris. Cotados a U$S 117 dólares o barril, isso representa U$S 1,755 TRILHÕES de dólares, o que equivale a cerca de 65% de todo o capital aberto das empresas na Bolsa de Valores de São Paulo! Então o governo vai leiloar R$ 4 TRILHÕES por R$ 15 bilhões, valor 269 vezes menor! E isso sem contar o poço de Franco, que é integrado ao Libra (poços contíguos), que possui entre 6 a 9 bilhões de barris, o que representa algo em torno de U$S 700 milhões de dólares.
O regime de partilha tão alardeado pelo governo como conquista para a Petrobrás e o povo brasileiro é uma grande enganação. A Petrobras será a operadora única do pré-sal, pelo sistema de partilha, e o edital prevê que a estatal terá direito a 30% do Campo de Libra, na Bacia de Santos. 70% será explorado por consórcio. Ocorre que o edital de leilão do campo de Libra garante que se as condições de exploração do petróleo forem maravilhosas, o produtor abre mão de 3,9% ou 3,7% dos barris de óleo. Quando as condições forem péssimas, a União abre mão de 26,9% para o produtor. Ou seja, não é um contrato comercial comum, é um contrato que lesa a união em caso em prol do produtor. Explorar petróleo assim é mamão com açúcar porque a produção mínima já está garantida no edital do leilão, independente do regime de Partilha.
Este modelo de leilão do petróleo ignora que o custo de produção já é abatido, que os royalties pagos são retornados, em óleo, para e empresa ganhadora, que aqui nós daremos, em caso de abatimento, mais de 60% do óleo a quem explora, enquanto nos Emirados as empresas ficam com menos de 10%, que o campo de LIBRA (junto com o de Franco, que são anexos) possuem perto de 24 bilhões de barris. Conforme a lei de Partilha, este área e todo o pré-sal deveriam ser tratados como estratégicos e, portanto, não serem leiloados.
A posse do pré-sal é tão importante para qualquer país que a mídia corporativa dos EUA entrou de cabeça para defender a espionagem americana na empresa. Uma grande e influente revista americana chegou a dizer que “você não está simplesmente chocado que a NSA (agência terceirizada da CIA) tem espionado a Petrobrás? Eu não estou. Na verdade, seria mais chocante se a NSA não estivesse reunindo toda informação que pudesse do Brasil e da Petrobrás, uma inchada estatal mastodôntica reportadamente dominada por corrupção”. A revista ainda teve a cara de pau de afirma que “talvez o conhecimento de que o Big Brother NSA está vendo de perto altere o comportamento da Petrobras”. A ganância e o nacionalismo imperialista quase que criminoso sobre o pré-sal são tão grandes que a imprensa americana apoia a espionagem industrial para favorecer as multinacionais dos EUA.
O campo de Libra sozinho representa 115 vezes (cerca de R$ 4 trilhões) os gastos da Copa do Brasil (R$ 35 bilhões). O governo retirou esta área do pré-sal da Petrobrás para leiloar a área, mas por quê?
Infelizmente, o governo segue a política neoliberal do FMI que manda pagar juros da dívida pública vendendo todo o patrimônio do povo, privatizando e leiloando tudo o que pode e o que não pode. O governo segue acabando com os recursos estratégicos do país para aumentar o superávit primário.
Este leilão é um ato lesa-pátria! Por isso, todo o povo brasileiro tem que se unir para impedir o primeiro leilão do pré-sal. Não deixem se enganar pela mídia corporativa que seguem os interesses do capitalismo imperialista. Defenda as nossas reservas de petróleo! Não ao leilão do campo de Libra! O Petróleo é nosso!
