20 de novembro: Dia da Consciência Negra
O Dia da Consciência Negra marca uma triste constatação. A população negra continua sendo vítima de preconceito racial. E isso se reflete no mercado de trabalho, na remuneração salarial, na perspectiva de vida, na perseguição por parte da polícia, na morte violenta da juventude negra das periferias. Essa é uma situação que se perpetua historicamente.
O preconceito racial ora é violento ora é sutil como uma penumbra, mas está lá, no inconsciente social. Desde a farsa da Abolição da Escravatura, a população negra é relegada a empregos com menor remuneração, a condições de vida mais difíceis. E não é o sucesso individual de um Pelé da vida que vai mudar a condição como um todo. Numa batida policial, os principais suspeitos sempre são os trabalhadores negros. Nas chacinas, as vítimas são na maioria da população negra. 77% dos jovens assassinados no Brasil são negros.
Aliás, quando um negro ou um trabalhador das chamadas minorias (negros, mulheres, gays, imigrantes, portadores de necessidades especiais, índios) conseguem romper com as barreiras sociais invisíveis são logo alçados a exemplo da meritocracia como se tudo dependesse da vontade e esforço individual, sem considerar as barreiras sociais visíveis ou sutis. Barreiras de ordem principalmente econômica.
Somos uma única raça, a raça humana, mas somos divididos e segregados em subgrupos pelo poder econômico. É dividindo a classe trabalhadora que eles conquistam.
Lutar contra o preconceito é uma tarefa de todos nós para buscarmos uma sociedade justa e igualitária entre todos os trabalhadores e trabalhadoras, sem separações invisíveis entre etnias, gêneros, opção de credo, orientação sexual ou condição social.