quinta-feira, 9 de julho de 2015

1-campanha-em-santos-durante-a-revolucao-de-32Feriado de 9 de julho lembra os movimentos de revolta no país em 1932

O dia 9 de julho é feriado no Estado de São Paulo para lembrar a intitulada Revolução Constitucionalista de 1932. O movimento armado durou 85 dias, de 9 de julho a 2 de outubro, e foi a primeira grande revolta contra o governo de Getúlio Vargas.

Os principais combates aconteceram na região do Túnel da Mantiqueira, que divide São Paulo de Minas Gerais, e em outros pontos do Vale do Paraíba. Lorena e Cruzeiro foram ocupadas pelas forças da ditadura getulista. Só do lado paulista, houve cerca de 830 mortos.

A história começa com a chamada política do Café com Leite, em que os poderosos barões do café de São Paulo e os fazendeiros produtores de leite de Minas Gerais se revezavam no poder.

Em 1930, esse acordo de revezamento de poder entre as elites paulista e mineira foi quebrado porque o então presidente paulista Washington Luís apoiou a candidatura do também paulista Júlio Prestes. Após um golpe militar, Getúlio Vargas assumiu a presidência com amplos poderes. Vargas fechou o Congresso Nacional, destituiu as Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais, anulou a Constituição de 1891 e substituiu vereadores, prefeitos, governadores e deputados por delegados de polícia e interventores militares.

A elite do Estado economicamente mais importante se sentiu prejudicada. O governo Vargas reconheceu os sindicatos, legalizou o Partido Comunista e apoiou o aumento no salário dos trabalhadores. Estas medidas irritaram ainda mais a elite paulista.

Por causa disso, a elite paulista resolveu envolver todos os paulistas, ou seja, colocar os trabalhadores a serviços dos seus interesses. Guerra significa sempre o povo trabalhador pegando em armas contra os interesses da elite no poder. Muitas pessoas se envolveram nessa revolta imaginando que seria uma causa maior e para o bem de todos, em nome de uma “Constituição de Verdade”, mas a verdade nua e crua era que o interesse da elite financeira paulista estava acima do bem maior.

A elite paulista esperava a adesão de outros estados contra Vargas e por uma nova Constituição, o que não ocorreu. São Paulo perdeu a guerra. Depois do levante de 32, o Brasil voltou a ser governado por paulistas. Uma nova Constituição foi promulgada em 1934.

Em nome da elite paulista, desde 1997, fora promulgado o feriado estadual de 9 de julho como o dia da Revolução Constitucionalista de 1932 – o dia em que a elite paulista tentou derrubar Getúlio Vargas numa disputa de setores da elite no poder em detrimento da classe trabalhadora brasileira.

A elite paulista fizera uma ampla campanha de recrutamento de voluntários não para servir aos preceitos democráticos, mas sim para manter o poder centralizado na capital paulista. Por isso, de fato, não foi uma revolução, apesar de a elite paulista classificar o movimento assim.

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