quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Em defesa dos empregos na Embraer

Fusão entreguista com a Boeing deixou um rombo de R$ 865,5 milhões que agora custa os empregos de milhares de trabalhadores

A Embraer anunciou nesta manhã, 3, a demissão em massa de 900 funcionários em todo o Brasil. Só a unidade de São José dos Campos concentra 10 mil trabalhadores, metade do quadro de funcionários da empresa no mundo. A Embraer também tem unidades no Chile, EUA, Portugal e China. Fora essas demissões, a empresa já vinha realizando sucessivos PDVs.

A companhia justifica esta lambança com os empregos de centenas de trabalhadores como “um ajuste” pelo cancelamento da parceria com a Boeing e às incertezas da recuperação da aviação civil após a pandemia do COVID-19. É claro que esta joint venture com a empresa americana era uma roubada. E nós denunciamos e muito à época do anúncio da fusão, em dezembro de 2018. Tanto é que fomos às ruas em atos junto com o Sindicato dos Metalúrgicos, o Fórum de Lutas do Vale do Paraíba e lutadores de outras regiões para denunciar a falcatrua do acordo de fusão.

Os preparativos para a fusão com a Boeing causaram um rombo de R$ 865,5 milhões para a Embraer, em 2019. Essa preparação envolveu ajustes nos balanços fiscais e a duplicação de estruturas para atender a separação da aviação comercial. PIOR: A BOEING ESTAVA QUEBRADA E SEGUE SOB RECUPERAÇÃO JUDICIAL. COMO O GOVERNO TEMER E AGORA O ANTIGOVERNO BOLSONARO PERMITIRAM A VENDA DO CONTROLE ACIONÁRIO DA EMBRAER, QUE É JÁ É UM ENTREGUISMO LESA-PÁTRIA POR SI SÓ, PARA UMA EMPRESA AMERICANA QUEBRADA?

A Embraer tem o governo como acionista majoritário e foi construída 1969 com dinheiro do povo brasileiro. A Boeing já operava em parceria com a Embraer em alguns projetos e tentou meter a mão no controle acionário da única fábrica de aviões no hemisfério sul da Terra. Milhares de trabalhadores e trabalhadoras que consolidam a Embraer com alta capacitação humana, técnica e tecnológica ficariam ainda mais à mercê dos interesses do mercado internacional.

Esta mão de obra afronta o sistema ao fazer da empresa um modelo de eficiência, sendo a terceira maior fabricante de aviões do mundo e com projetos então engatilhados para a produção de helicópteros. Por isso, lutamos e muito contra mais esta etapa que se provou uma roubada completa nas privatarias do governo, agora sob a tutela do antinacionalista Bolsonaro e do Congresso Nacional.

Sempre foi um risco, um crime lesa-pátria contra o Brasil a entrega dos nossos ativos para uma empresa americana que não produz nem um único avião fora dos EUA e está acostumada a comprar concorrentes para transformá-las em meros fornecedores de peças, eliminando assim a concorrência no setor.

Por isso, o Sindicato dos Químicos apoia a luta dos trabalhadores na defesa das empresas com capital público a serviço do Brasil e dos empregos. O Sindicato dos Químicos participou de vários atos em 2018 e 2019 contra a venda do controle acionário da Embraer, mais uma etapa da privatização deste importante setor estratégico para o desenvolvimento autossustentável do país e que prejudicou as finanças da empresa e agora custa o emprego dos trabalhadores. Reveja clicando nos links abaixo.

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