Químicos entram em 3º dia de greve na Johnson
São José dos Campos: 25/11/2011 às 12h
Os trabalhadores da Johnson e o Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e região estão no terceiro dia de greve na multinacional. Ontem, quinta-feira, os trabalhadores do turno da noite votaram, sem a presença da tropa de choque da PM, a manutenção da greve e mantiveram a produção parada.
Hoje, 25, a tropa de choque voltou a reunir os ônibus com os trabalhadores para escoltá-los até a empresa, onde manteve guarda durante o primeiro turno e o horário administrativo.
Desta vez, a PM não avançou com o comboio na contra-mão e conduziu os ônibus para dentro da multinacional em alta velocidade, mas voltou a subir armada e cercar os veículos para coagir os trabalhadores de descerem e participarem da assembleia.
Apesar disso, parte dos trabalhadores não se intimidou, participou da assembleia na portaria da empresa e manteve a greve. Parte dos ônibus do primeiro turno estava reunida pela PM atrás do Shopping Colinas. O Sindicato dos Químicos interceptou o desvio de rota e foi até o local. Lá, os trabalhadores desceram dos ônibus e realizaram uma assembleia que aprovou a manutenção da greve por tempo indeterminado.
A ação ilegal da tropa da PM na greve motivou uma sanção de repúdio, ontem, na Câmara dos Deputados, em Brasília, por parte do deputado Ivan Valente (PSOL/SP) e na Câmara Municipal de São José dos Campos por iniciativa da oposição ao governo municipal.
Além de coibir o direito de greve e de livre manifestação, a tropa de choque agrava o princípio legal de que a empresa é a responsável pelo trajeto do trabalhador de casa para o trabalho. Esse trajeto tem sido alterado aleatoriamente pela PM, os trabalhadores ficam rodando 40, 50 minutos nos ônibus sem saber para onde estão sendo levados e são intimados a permanecer nos veículos mesmo contra a vontade.
A greve segue por tempo indeterminado. Na entrada do 2º turno, às 13h30, haverá nova assembleia com os trabalhadores.
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Trabalhadores não se intimidam com coação da empresa por meio da tropa de choque e mantém greve
São José dos Campos: 25/11/2011 às 00h
A resistência dos trabalhadores da Johnson à ação ilegal da tropa de choque da PM na escolta e condução dos ônibus da Johnson manteve a greve na empresa no segundo turno desta quinta-feira, 24. Com forte presença da imprensa, apoio de vários sindicatos e representantes de várias instituições democráticas, a tropa da PM mudou a tática: de escolta violenta, passou para coação dentro dos ônibus.
Mais uma vez os trabalhadores ficaram presos nos veículos, que foram todos reunidos em um único local e escoltados pela Polícia Militar até a portaria da empresa. Só que desta vez a tropa de choque parou os ônibus em frente à multinacional e entrou nos veículos com um policial filmando os trabalhadores para intimidá-los e outro armado com escopeta e gás de pimenta. Ações como esta remontam à época da ditadura militar, quando os militares interferiam em todos os movimentos democráticos e sociais em detrimento dos direitos individuais, sociais e coletivos.
Intimidados, muitos trabalhadores tiveram medo de descer e serem agredidos pela tropa de choque. Contudo, a maior parte encarou a barbárie promovida a mando da empresa sem nenhuma base legal e desceu para participar da assembleia e deliberar a manutenção da greve.
Cerca de 60% do turno da tarde não entrou para trabalhar. Adesão que poderia ser maior não fosse a coação da PM dentro dos ônibus.
Enquanto a greve segue por tempo indeterminado, os empregados resistem às ameaças de demissão e assédio moral da chefia por telefonemas. A empresa segue com intransigência e não aceita negociar as reivindicações específicas dos trabalhadores da fábrica.
Já o comando da PM de São José dos Campos se nega a dar esclarecimentos solicitados pelo departamento jurídico do Sindicato dos Químicos, por vereadores que apóiam a paralisação dos trabalhadores e por deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo e da Câmara dos deputados, em Brasília, sobre a permanência da tropa nas dependências da empresa, a ação truculenta contra o direito de greve e contra a escolta armada de trabalhadores sem nenhuma determinação judicial para tal.
Nova assembleia será realizada na entrada do turno da noite, às 9h30, que, ontem, teve 100% de adesão à greve. A paralisação segue por tempo indeterminado. A Johnson fica na Rodovia Presidente Dutra, km 154, em São José dos Campos.
São José dos Campos: 24/11/2011 às 11h
A adesão de 100% dos trabalhadores, ontem, no 3º turno, à greve por tempo indeterminado, apavorou a direção da empresa, que acreditava no fim da greve após a onda de violência da tropa de choque sob seu comando, principalmente no segundo turno. Hoje, quinta-feira, 24, a tropa da PM voltou a escoltar os ônibus da empresa no primeiro turno, entrar no Jardim das Indústrias pela contra-mão e tentar atravessar o canteiro central que divide as pistas da avenida principal do bairro.
Alguns ônibus foram colocados para dentro a força, apesar de os trabalhadores estarem de pé dentro dos veículos pedindo para descer para poderem participar da assembleia com o Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e região.
Após muita resistência dos grevistas, a escolta da PM não conseguiu avançar com todos os ônibus sobre o piquete de convencimento. Os trabalhadores tiveram que descer longe da portaria da empresa e foram caminhando até a rotatória próxima à empresa para participar da assembleia, quando os trabalhadores votaram amplamente pela manutenção da greve, apesar da violência da PM, até que a empresa abra negociação com o Sindicato.
Com a adesão de 100% dos trabalhadores do terceiro turno, de todos do primeiro turno que participaram da assembleia, o movimento grevista segue se fortalecendo com o apoio e indignação crescentes dos trabalhadores com relação às ações da multinacional para impedir o direito de greve e colocar a tropa de choque dentro da empresa. Inclusive, homens da tropa de choque jogaram gás de pimenta, arrastaram trabalhadores grevistas e entram nos ônibus armados para coibir os trabalhadores de descerem. Somente os empregados que foram obrigados a entrar não participam, neste momento, da greve.
Na entrada do segundo turno, às 13h30, o conflito pode voltar a se repetir, caso a tropa volte a escoltar os ônibus a revelia dos trabalhadores da empresa. A paralisação segue firme e por tempo indeterminado. A Johnson fica na Rodovia Presidente Dutra, km 154, em São José dos Campos.
São José dos Campos: 24/11/2011 às 8h
Após os trabalhadores em assembleia terem votado em manter a greve com 100% de adesão, a patronal retoma a opressão com a policia e oprime os trabalhadores na manhã do dia 24/11/2011
São José dos Campos: 23/11/2011 às 22h
Ao contrário dos primeiro e segundo turnos e do horário administrativo, os trabalhadores da Johnson do terceiro turno não foram impedidos de participar da assembleia com o Sindicato dos Químicos. Livre da opressão e violência militar, 100% dos trabalhadores endossaram, em assembleia, a greve por tempo indeterminado iniciada terça-feira.
A votação contou com a presença de trabalhadores de todos os turnos, já que a empresa ligou para os funcionários mandando todos virem com os ônibus da empresa para o terceiro turno, a partir das 22h. Desta vez, a tropa de choque não apareceu para desviar, escoltar e ameaçar trabalhadores.
Haverá assembleia nesta quinta-feira, 24, com os trabalhadores do primeiro turno e do horário administrativo, a partir das 5h30. A greve segue se fortalecendo e por tempo indeterminado. A Johnson fica na Rodovia Presidente Dutra, km 154, em São José dos Campos.
Reivindicações específicas na Johnson
· Abono salarial;
· Vale-alimentação;
· 85% de hora extra em dias normais e 130% durante o descanso semanal renumerado, dias compensados e feriados;
· Gatilho salarial de 5%;
· Redução do custo do transporte dos trabalhadores;
· Redução da jornada para os trabalhadores das empresas terceirizadas em igualdade com os trabalhadores do grupo Johnson;
· Restabelecimento e reposição dos valores de piso salarial rebaixado pela empresa com equiparação garantindo-se função igual, salário igual;
· Fim do sistema de operações em que um trabalhador opera mais de uma máquina ao mesmo tempo;
· Garantia de 60 minutos de intervalo para refeição.