Os trabalhadores e trabalhadoras químicas de São José dos Campos e região rejeitaram ontem, 6, a proposta patronal de Convenção Coletiva apresentada pela FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A deliberação ocorreu em Assembleia Geral no Sindicato dos Químicos que deflagrou Estado de Greve de 72h. Após este período, poderá haver greve por aumento acima da inflação.
A Assembleia Geral rejeitou a proposta de reposição da inflação sem aumento real, tendo em vista a inflação real muito acima da divulgada pelo governo, cujo índice para 1º de novembro ainda não foi anunciado, mas deve girar em torno de 1,60%.
Os trabalhadores presentes ainda deliberaram uma contraproposta de aumento de 4%, a entrega de pautas específicas por fábrica, a não aplicação da reforma trabalhista e a terceirização irrestrita.
A rejeição da proposta patronal já está sendo debatida com todos os trabalhadores nas fábricas. Nesta manhã, os trabalhadores da Johnson, em São José dos Campos, também rejeitaram a proposta e apoiaram a contraproposta de 4% para a FIESP e as empresas da região.
Segundo o dirigente sindical Wellington Cabral do Sindicato dos Químicos, “não podemos aceitar a mera reposição de uma inflação que é muito abaixo da sentida nos aumentos dos preços dos combustíveis, do supermercado, da luz”.
Para efeito de comparação, os planos de saúde aumentaram 46% no último ano; os combustíveis, mais de 10%; a cesta básica disparou no último ano. O índice de custo de vida medido pelo DIEESE, que aponta um salário mínimo necessário de R$ 3.754,16, não para de subir.
As assembleias serão realizadas durante toda a semana. Uma nova Assembleia Geral está marcada no Sindicato dos Químicos para a próxima segunda-feira, 13, às 18h, para avaliar os rumos e mobilizações desta Campanha Salarial.