8 de março não é apenas o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora!
É o Dia que marca uma luta contra a opressão, a injustiça, a violência!
Nós podemos comemorar vários avanços neste Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, mas também podemos constatar que as mudanças estão chegando devagar demais. Esse texto poderia lembrar que a data foi criada por um congresso socialista, em Paris, em homenagem a centenas de trabalhadoras assassinadas num incêndio criminoso, em Chicago, e a outros episódios e lutas históricas.
Contudo, é mais chocante constatar que ainda hoje, a cada 7 ou 5 minutos, conforme a metodologia dos estudos ou a região do país, uma mulher é barbaramente agredida. E a violência não vem da rua! Na maioria absoluta dos casos, parte de dentro de casa.
Os jornais estampam, hoje, nas capas que 71% dos feminicídios e das tentativas têm o parceiro como suspeito. Só em janeiro de 2019, pelo menos 119 mulheres foram mortas no Brasil por causa de seu gênero, por conta da sua condição de mulher.
As mulheres são vítimas, quase sempre, dos próprios maridos, namorados, companheiros de vida! A Lei Maria da Penha foi criada justamente em homenagem a uma mulher agredida pelo marido dela, que a deixou paraplégica com um tiro nas costas.
Então o que está acontecendo? Se todo mundo diz que hoje a mulher tem os mesmos direitos, pode trabalhar, votar... O que ocorre é que a sociedade é cínica e o machismo é estrutural. Alimenta a hipocrisia de que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher e de que somos todos iguais. Não somos, não!
As mulheres têm dupla jornada de trabalho, ficam com a maior parte (quando não com toda a parte) da responsabilidade da criação dos filhos e nos cuidados dos idosos, recebem menos do que os homens ocupando os mesmos postos no mercado de trabalho, são subjugadas pelo sexo. Quer um exemplo? Toda vez que uma mulher apanha na televisão, numa novela, todo mundo diz: “ela mereceu! Por que não vai embora? Por que não denuncia?”
Em era de retrocessos sociais por conta do atual governo, que ataca todos aqueles que se contrapõem as suas brutalidades, as práticas machistas podem soar inofensivas, mas provocam danos estruturais na vida da trabalhadora, seja no mercado de trabalho ou nas relações pessoais.
Quanto à violência de gênero, nenhum homem tem o direito de agredir uma mulher. Em situação nenhuma! E nenhuma mulher gosta de apanhar. O que ocorre é que ela é fraca demais para revidar, pobre demais para se mudar, desprezada demais para obter ajuda. Pense nisso da próxima vez que você achar que “ela apanhou porque mereceu”, menosprezar a luta da trabalhadora ou não reconhecer o direito da mulher ao desdenhar e diminuir das suas lutas.
O Sindicato dos Químicos irá realizar um encontro com as trabalhadoras químicas da região no próximo dia 30, às 10h, como parte das atividades do Dia Internacional da Mulher Trabalhadora.
Hoje, 8, participaremos de um ato na Praça Afonso Pena, em São José dos Campos, a partir das 16h, para denunciar o feminicídio e o peso da reforma da previdência que recai ainda mais sobre as mulheres.
Viva a luta das trabalhadoras!